O que a desinstitucionalização traz a estes pacientes?
Traz a ressignificação da suas vidas. Eles passam a aprender a conviver no meio social, fazendo tarefas que para nós podem ser banais, mas que eles nem tinham conhecimento, como: arrumar a casa, fazer suas próprias refeições, abrir e fechar a porta da sua residência, receber uma conta e paga-lá, fazer qualquer atividade comum do cotidiano sozinhos e quando sentirem vontade. Enfim, fazer o uso de sua autonomia esquecida pelo descaso da institucionalização e ter os seus direitos respeitados como cidadãos. Pessoas com problemas psíquicos não deveriam ser discriminados, pois são seres como os demais seres.
"Acompanhar é andar ao lado. É sustentar desejos, se emprestar para que laços se estabeleçam e o sujeito possa afrouxar a rigidez das identidades, permitindo que outros discursos recaiam sobre si e outras leituras de si sejam possíveis. Por isso, o trabalho do Acompanhante Terapêutico é importante na clínica do sujeito e do social, uma clínica viva, em movimento, que dê conta de olhar para possibilidades e aberturas, uma vez que procura trabalhar onde a vida se faz potente. E é nesta produção do sujeito no social, onde o AT vai passear que se forja ferramenta potente clínica e politicamente, pois vai andar ao lado no território existencial dos sujeitos. Tem a escuta e o olhar como elementos constitutivos do trabalho, e tempo e desejo como aliados. Resignificar laços sociais e afetivos, realocar subjetivamente, e produzir múltiplos sentidos de vida são desdobramentos possíveis e desejáveis de uma clínica que acredita na potência de vida do sujeito acompanhado e que se posiciona politicamente em relação ás diversas formas de exclusão e produção de estigmas" (Stelamaris Tinoco, 2013).
ResponderExcluirO Acompanhamento Terapêutico é uma tecnologia de atenção na rede pública de saúde mental, uma estratégia de formação clínico-política e uma ferramenta útil aos processos de desinstitucionalização, implantação e análise da Reforma Psiquiátrica.